17 de dezembro de 2007

Respirar recordações

Numa corrida fui buscar a caixinha prateada que impacientemente esperava por algo especial. Depois de tanto tempo, não podia deixar fugir a coragem de guardar tudo o que durante meses não fui capaz.

Aconcheguei as fotografias, os presentes, os sorrisos, os amuos, as memórias, os sonhos, o teu nome… e fechei.a.

Lentamente a brisa do amanhecer entrou pela janela entreaberta invadindo o quarto com o perfume que pensava também ter deixado fechado. Aquele que tantas vezes respirei fortemente como prova do que vivia era verdadeiro, que estavas lá, que era feliz. O perfume que mais uma vez foi capaz de desassossegar o meu coração, o teu.

Uma simples brisa não podia ter força para a reabrir. Não podia ser capaz de deixar fugir todas as memórias para onde sempre estiveram.

Não! A saudade não podia ser mais forte.

27 de outubro de 2007

Pequeno Universo

Acordei a achar que sou capaz de mudar o mundo! Um sorriso, um olhar, um pensamento... hoje a minha força interior não precisa de gestos.

Espero não oscilar com o tempo que se faz sentir do lado de fora da janela.

Sei que amanhã vais ser importante, para não dizer decisivo, no meu despertar. Mas espero (espero mesmo) um dia ter a força para mudar o meu pequeno mundo. Não ter que o adaptar ao teu para que possam, finalmente, moldarem.se, complementarem.se, fundirem.se e serem um só... O nosso universo.

31 de maio de 2007

Recomeço

Deixaste ficar o último adereço. A cor gasta mostrou.me a sua importância e o nosso futuro. (Porque nem isso foste capaz de me dizer!?)

Agora, sem pressa e com um brilho nos olhos, despeço.me de ti. Lentamente, desaperto todos os botões e, peça a peça, vais caindo, desaparecendo do meu corpo, da minha cabeça, do meu coração.

Sei que amanhã, quando me olhar ao espelho, estarei finalmente nua e pronta para recomeçar. Mas desta vez não deixo que ninguém me vista...


Serei eu a criadora de todas as minhas peças.